O mercado global de reparo automotivo vive uma fase de expansão, impulsionado pela técnica conhecida como Paintless Dent Repair (PDR), ou martelinho de ouro no Brasil. Essa prática permite remover amassados da lataria sem a necessidade de repintura, preservando a originalidade dos veículos e reduzindo custos para os proprietários. De acordo com a Grand View Research, o setor movimentou US$ 199,56 bilhões em 2023 e deve crescer a uma taxa de 1,9% ao ano até 2030.
Entre os profissionais brasileiros que conquistaram reconhecimento internacional está Henrique Gardim de Melo, natural de Assis (SP). No setor desde 2015, ele se especializou não apenas no reparo de veículos danificados por chuvas de granizo, mas também em uma área considerada de alto grau de complexidade: carros blindados.
Segundo Henrique, trabalhar em blindados exige domínio técnico diferenciado, já que a manta antibalística que reveste a lataria impede a visualização direta da ferramenta no processo de reparo. “Muitos não conseguem executar esse tipo de serviço. No meu caso, desenvolvi técnicas com cola, aplicadas externamente, que permitem recuperar esses veículos de forma precisa”, explica. Em São Paulo, onde há grande concentração de carros blindados, essa especialidade o tornou referência.
Além da atuação no Brasil, Henrique já passou por fábricas e operações internacionais em países como Turquia, Marrocos, Argentina, Uruguai, Itália, França, México e Espanha. Nessas viagens, participou de mutirões de reparo após tempestades de granizo que danificaram milhares de veículos em concessionárias e montadoras. “Esses trabalhos costumam reunir profissionais do mundo todo, mas o brasileiro é sempre muito valorizado pela qualidade e agilidade”, afirma.
Essa reputação é confirmada em competições mundiais da área, realizadas em locais como Las Vegas e Milão, onde técnicos brasileiros frequentemente ocupam o topo do pódio. Para Henrique, isso se explica pela criatividade e resiliência dos profissionais do país. “No Brasil, aprendemos a recuperar peças que em outros países seriam descartadas, por isso somos reconhecidos por solucionar problemas complexos quando se trata de martelinho de ouro”, destaca.
De olho no futuro, Henrique mantém empresas ativas no Brasil e na Espanha e planeja abrir operação nos Estados Unidos. “A ideia é expandir, gerar mais empregos e consolidar ainda mais o trabalho brasileiro nesse mercado em crescimento”, projeta.
Com a combinação de estatísticas promissoras e histórias de sucesso como a de Henrique, o martelinho de ouro se firma não apenas como solução sustentável e econômica, mas também como um setor em que o talento brasileiro tem papel de protagonista global.
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