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Ford Maverick made in Brazil

O concorrente do Chevrolet Opala

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EM 17 DE ABRIL DE 1969, a Ford lançava uma alternativa mais compacta e barata ao Mustang, que foi sucesso de vendas desde o primeiro dia no mercado, 5 anos atrás. Era a opção mais barata para quem quisesse adquirir um Ford 0 KM.

A Ford do Brasil precisava de um carro para ser concorrente direto com o Chevrolet Opala, líder vendas na sua categoria. Neste cenário, no primeiro semestre de 1973 a Ford do Brasil mostrou o Ford Maverick com algumas alterações do modelo norte americano. O emblema usado pelo Maverick nos mercados americano e canadense tinha uma cabeça de gado com longos chifres em cima da letra “V” e talvez esta foi a primeira alteração para o mercado brasileiro, por motivos ludicamente óbvios.

Equipado exclusivamente com o antigo motor de 6 cilindros em linha, o Willys, o mesmo utilizado na veterana Rural Willys. Tinha o desempenho pífio, velocidade máxima de 150 km/h e a aceleração de 0 a 100 km/h na casa dos 20 segundos, desempenho esse próximo ao VW Fusca 1600 que custava cerca de 50 % do seu valor.

Proporcionava velocidade máxima de 182 km/h chegando a ser o carro mais veloz produzido no Brasil

Para o mercado americano o Maverick era um carro de entrada com foco no público jovem, mas no Brasil ele era o segundo carro mais caro da Ford e perdia por pouco para o Ford Galaxie. Ele era caro para o que oferecia, mas tinha como principal atrativo o seu design; era o típico carro americano “Made in Brazil”. A Ford chegou a oferecer a carroceria de 4 portas exclusiva para o Brasil com entre eixos maiores, mas esta teve pouco êxito comercialmente, representando apenas 10% no total de vendas.

Em 1974 a Ford apresentou a versão GT com motor V8 de 302 polegadas cúbicas, o mesmo oferecido no Ford Mustang na sua versão de entrada; o motor era importado do Canadá, e logo ganhou o apelido de “V8 canadense”, rendia cerca 199 CV brutos, proporcionava velocidade máxima de 182 km/h chegando a ser o carro mais veloz produzido no Brasil naquela época.

Além de rápido, o que diferenciava das outras versões como a Super Luxo, eram as faixas pretas externas nas laterais e capô, um pequeno conta-giros montado sobre a coluna de direção, volante esportivo e rodas de 14 polegadas com pneus esportivos.

Em meio a duas crises mundiais do petróleo, a Ford precisava oferecer uma alternativa, o motor 6 cilindros saía e em substituição a este, um motor bem mais moderno de 2.3 litros, 4 cilindros, que gerava cerca de 99 CV e passava a ser de série em todas as versões do Maverick. Este motor deu novo fôlego nas vendas, era econômico, silencioso e de pouca manutenção.

Havia uma piada recorrente na época, que o Maverick de 6 cilindros andava menos que o de 4 e gastava mais que o de 8.

O motor 302 V8 passava a ser opcional em toda linha, exceto na versão GT, mas não demoraria muito para também receber esta opção de motorização e no ano seguinte, surgia o Maverick GT4, uma versão econômica com mesmo visual do V8.

Depois de um leve “facelift” em 1977, mesmo ano que parou de ser produzido nos Estados Unidos e Canadá, suas vendas nunca empolgaram na sua curta trajetória e o seu grande rival no mercado brasileiro o Chevrolet Opala vendia 3 vezes mais e já estava indo para sua quarta re-estilização.Com pouco mais 100 mil unidades vendidas em 7 anos de produção, deixava de ser fabricado em 1977. No mercado americano cerca de 2 milhões unidades foram vendidas.